Velocidade de escape, em física, é a velocidade na
qual a energia cinética de um corpo é igual em magnitude à sua energia
potencial em um campo gravitacional. Ela é normalmente descrita como a
velocidade necessária para "libertar-se" de um campo gravitacional;
entretanto, isto não vale para objetos que tem propulsão própria, pois tal
objeto pode libertar-se com qualquer velocidade maior do que zero, por exemplo mantendo
uma velocidade constante de mesma direção que o peso, mas de sentido contrário. ( Figura - Análise de Isaac Newton da velocidade de escape.) Para um dado campo gravitacional e uma dada
posição, a velocidade de escape é a velocidade mínima que um objeto sem
propulsão precisa para se mover indefinidamente da origem do campo, em vez de
cair ou ficar em órbita a certa distância da origem. Para isto acontecer o
objeto não deve ser influenciado por nenhuma força significante exceto o campo
gravitacional; em particular não pode haver propulsão (como em um foguete), nem
haver fricção significativa (como entre o objeto e a atmosfera terrestre -
estas condições correspondem à queda livre), e não há radiação gravitacional. Um
aspecto um pouco contra-intuitivos da velocidade de escape é que ela é
independente de direção, então "velocidade" é um termo incorreto; é
uma quantidade escalar e seria mais bem descrita como "rapidez para
escape" ou "velocidade escalar de escape". A forma mais
simples de derivar a fórmula da velocidade de escape é usar a conservação de energia, assim: para poder escapar, um objeto
tem que ter pelo menos tanta energia cinética quanto o acréscimo de energia
potencial resultante de mover-se para uma altura infinita. Definida de uma
maneira um pouco mais formal, "velocidade de escape" é a velocidade
inicial necessária para ir de um ponto em um campo potencial gravitacional para
o infinito com uma velocidade residual zero, relativa ao campo. Da mesma forma,
um objeto que parte do repouso no infinito e cai em direção à massa que o atrai
irá, em sua trajetória (até atingir a superfície), mover-se a uma velocidade
igual à velocidade de escape correspondente a sua posição. Em geral, o ponto
inicial está na superfície de um planeta ou de uma lua. Na superfície da Terra,
a velocidade de escape é cerca de 11,2 quilômetros por segundo, o equivalente a
40 320 Km/h, cerca de 111 vezes mais rápido do que um carro de fórmula 1 em
reta livre, ou cerca de 30 vezes mais rápido do que a velocidade do som a 25°
C. Entretanto, a 9.000 km de altitude no "espaço", é pouco menor
que 7,1 km/s. A velocidade de escape relativa à superfície de um
corpo em rotação depende da direção que viaja um corpo que está escapando. Por
exemplo, como a velocidade de rotação da Terra é de 465 m/s para o leste no
equador, um foguete lançado tangencialmente do equador da Terra para o leste
precisa de uma velocidade inicial de cerca de 10,735 km/s relativa à
Terra para escapar enquanto um foguete lançado tangencialmente do equador
para o oeste necessita de uma velocidade inicial de cerca de 11,665 km/s relativa
à Terra. A velocidade superficial diminui com o cosseno da latitude
geográfica, desta forma as estações de lançamento de foguetes são localizadas
geralmente próximas do equador tanto quanto possível, como, por exemplo, o Cabo
Canaveral americano na Flórida e o Centro Espacial Europeu da Guiana, somente
cinco graus do equador, na Guiana Francesa (ou o Centro brasileiro de
Lançamento de Alcântara, situada a 2°22'54,70"S, bem mais perto da linha
do equador). De forma simplificada, todos os objetos na Terra tem a mesma
velocidade de escape. Não importa se a massa é 1 kg ou 1000 kg, a
velocidade de escape é sempre a mesma. O que muda de um caso para outro é a
quantidade de energia necessária para acelerar a massa até a velocidade de
escape: a energia necessária para um objeto de massa m escapar do campo
gravitacional da Terra é GMm/ro, uma função da massa do objeto (onde
r0 é o raio da Terra).
Objetos mais massivos necessitam de mais energia para atingir a velocidade de
escape. Enganos comuns - A velocidade de escape é às vezes confundida
com a velocidade com que um veículo autopropulsionado (como um foguete) deve
atingir para deixar a órbita, entretanto este não é o caso. A velocidade de
escape citada faz referência a velocidade que um objeto qualquer necessita para
sair do efeito da gravidade na superfície
do planeta. Porém a medida que a altitude aumenta, essa velocidade diminui. Um
objeto autopropulsionado pode continuar a se afastar do planeta em qualquer
direção a uma velocidade menor que a velocidade de escape. Se a velocidade do
objeto for mais baixa que a velocidade de escape para dada altura e a propulsão
for removida, o objeto irá cair ou entrar em órbita. Se a velocidade for igual
ou acima da velocidade de escape naquele ponto, ele terá energia suficiente
para "escapar" do campo gravitacional, e não irá voltar para a
superfície. Órbita - Se um corpo
em queda livre, em qualquer posição, tem a velocidade de escape para aquela
posição, o mesmo vale para a órbita completa. Se a origem da gravidade é um
corpo esférico simétrico, a órbita é (parte de) uma parábola com o centro da
origem como foco (trajetória parabólica), ou parte de uma linha reta que
passa pela origem. Quando se afasta da fonte, é chamada órbita de escape, caso
contrário é uma órbita de captura. As duas são também conhecidas como órbitas C3
= 0. Um escape real necessita que a órbita parabólica não intercepte o corpo
celestial. De forma mais geral, para um corpo com forma arbitrária é necessário
que a órbita não intercepte o corpo. Para corpos não-convexos, nem todos os
pontos na superfície precisam ser um ponto de partida possível para a órbita. Se
o corpo possuir a velocidade de escape em relação à Terra, ainda não é
suficiente para escapar do Sistema Solar, assim as órbitas próximas à Terra se
assemelham à parábolas, mas mais adiante elas se curvam para formar uma órbita
elíptica em torno do Sol. Para deixar o planeta Terra é necessária uma
velocidade de escape de 11,2 km/s, entretanto uma velocidade de 42,1 km/s é
necessária para escapar da gravidade do Sol (e sair do sistema solar) na mesma
posição. Devido à atmosfera não ser útil e mesmo muito difícil dar a um objeto
próximo à superfície da Terra uma velocidade de 11,2 km/s, já que estas
velocidades estão bem além dos regimes supersônicos para a maioria dos sistemas
de propulsão e faria com que os objetos se queimassem devido ao atrito com a
atmosfera. Para uma órbita de escape real uma nave é primeiro colocada em
órbita baixa da Terra, e então acelerada até a velocidade de escape naquela altitude,
que é um pouco menor, cerca de 10,9 km/s. A aceleração necessária,
entretanto, geralmente é bem menor por que naquela órbita a nave já tem uma
velocidade de 8 km/s. Algumas
velocidades de escapes no sistema solar – Velocidade de escape do sol = 617,5
Km/s; Velocidade de escape de Mercúrio = 4,4 Km/s; Velocidade de escape do sol
em Mercúrio = 67,7 Km/s; Velocidade de escape de Venus = 10,4 Km/s; Velocidade
de escape do sol em Venus -= 49,5 K/s; Velocidade de escape da Terra = 11,2
Km/s; Velocidade de escape do sol na Terra = 42,1 Km/s; Velocidade de escape na
Lua = 2,4 Km/s; Velocidade de escape do sol na Lua = 1,4 Km/s; Velocidade de
escape em Marte = 5,0 Km/s; Velocidade de escape do sol em Marte = 34,1 Km/s;
Velocidade de escape em Júpiter = 59,5 Km/s; Velocidade de escape do sol em
Júpiter = 18,5 Km/s; Velocidade de escape de Saturno = 35,5 Km/s; Velocidade de
escape do sol em Saturno = 13,6 Km/s; Velocidade de escape de Urano = 21,3;
Velocidade de escape do sol em Urano = 9,6 Km/s; Velocidade de escape de Netuno
= 23,5 Km/s; Velocidade de escape do sol em Netuno = 7,7 Km/s; Velocidade de
escape da Via Láctea = 1000 Km/s. Editor PGAPereira.
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sexta-feira, 24 de abril de 2015
segunda-feira, 20 de abril de 2015
Betelgeuse, Alfa Orionis
A grande estrela Betelgeuse é uma das duas que dominam o poderoso
Orion de inverno do norte, a outra é Rigel, o par, respectivamente, também
chamado Alpha e Beta Orionis. O nome Betelgeuse é uma corruptela do árabe
"al jauza Yad", que significa a "mão de al-jauza," uma mulher
misteriosa. Para nós, ela marca o canto superior esquerdo da figura do antigo
caçador grego. Uma das duas supergigantes do céu de primeira grandeza (a outra
é Antares), Betelgeuse é uma das maiores estrelas que podem ser vistas. Normalmente
brilhando na magnitude visual 0,7 (ranking 11º no céu), esta classe M (M1.5) de
supergigante vermelha (com uma temperatura cerca de 3650 Kelvin) é uma variável
semi-regular que muda entre magnitudes 0,3 a 1,1 ao longo de vários períodos
entre cerca de metade de um ano e seis anos- e, possivelmente, mais tempo (e,
claro, mudando o seu rank). Isso pode explicar porque Betelgeuse é a estrela
Alpha embora seja geralmente mais fraca do que Rigel. A distância da estrela é
um problema e um quebra-cabeça (válido para todos os outros parâmetros também).
Medida de paralaxe direta a partir do espaço, utilizando os resultados mais
modernos, dá 495 anos-luz, enquanto que a paralaxe usando emissão de rádio
natural da estrela dá 640 anos-luz. A uma distância de compromisso de 570
anos-luz, e permitindo uma grande quantidade de radiação infravermelha e a absorção
da luz pela poeira circum-estelar, a luminosidade é 85 mil vezes maior do que a
do sol, muito mais do que sai de Antares. Na distância maior, aumenta a
luminosidade até 105.000 sóis. A partir destes e da temperatura, derivamos 0 respectivo
raio de 3,1 e 3,4 unidades astronômicas, mais que o dobro do tamanho da órbita
de Marte. A estrela é tão grande que o seu diâmetro angular é facilmente
mensurável. Na verdade, foi a primeira estrela a ter tal medida de 0,047
segundo de arco, a partir do qual encontramos um verdadeiro raio entre 4,1
(distância de compromisso) e 4,6 (maior distância) UA, consideravelmente maior.
No entanto, a estrela está rodeada por um enorme complexo padrão de aninhados
escudos de poeira e de gás, o resultado de eras de perda de massa, que se
estende a cerca de 20.000 UA de distância (Betelgeuse até agora tem perdido
mais de uma massa solar). Isso, uma atmosfera estendida, e as pulsações tornam
difícil localizar uma verdadeira "superfície" para dizer o quão
grande a estrela realmente é. Além disso, por causa das alterações na
transparência gasosa, o "tamanho" da estrela depende da cor de
observação. Medidas de infravermelho de ondas longas dão um raio muito maior de
até 5 UA e maior, tão grande quanto a órbita de Júpiter, enquanto a luz
infravermelha de onda curta dá tão pequeno como 3 UA. Além disso, ainda as
medidas de infravermelho revelam Betelgeuse estar encolhendo (em cerca de 15
por cento em 20 anos), e outras medidas mostram que a estrela não é mesmo
esférica, mas de certa forma oval. Observação do Hubble também mostra pontos
quentes. Não é à toa que se encontram as várias divergências. Quaisquer que
sejam os números reais, Betelgeuse é claramente uma estrela altamente evoluída,
aquela cujo abastecimento central de combustível de hidrogênio se esgotou. Como
resultado, o núcleo tenha contraído para um estado quente e denso, e a porção
externa inchou para o exterior. Nós realmente não sabemos o estado da estrela
no momento, mas as chances são de que ela está agora no processo de fusão de hélio
em carbono e oxigênio em seu núcleo. Da teoria, sua massa inicial deveria ter
caído em algum lugar em torno de 18 ou 19 vezes a do sol. Começando a vida como
quente, azul, astro da classe O a apenas cerca de 10 milhões de anos,
Betelgeuse vai fundir elementos através de neônio, magnésio, sódio e silício,
todo o caminho até o ferro. O núcleo, então, entra em colapso, fazendo com que
a estrela exploda como uma supernova, provavelmente deixando uma estrela de
nêutrons do tamanho de uma pequena cidade para trás. Se fosse explodir hoje, se
tornaria tão brilhante quanto uma lua minguante, lançaria fortes sombras no
chão, e seria vista facilmente em plena luz do dia. O local de seu nascimento
está longe. Movimento da estrela mostra que é um membro fugitivo da associação
Orion OB1, particularmente o subgrupo que envolve as estrelas acima e à direita
da faixa. Novas observações mostram que Betelgeuse está produzindo uma onda de
choque quando ela ara através de uma nuvem interestelar a 30 km/s, o dobro da
velocidade de seus ventos. A estrela também é violentamente convectiva, não
esférica, irregular e perdendo massa a um ritmo de cerca de 500/1000 massas solar por ano. Editor Paulo Gomes de
Araújo Pereira.
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