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sábado, 19 de julho de 2014

Esses asteróides imprevisíveis

Uma rede de observação global que busca sinais de testes de armas nucleares detectou 26 explosões causadas por asteroides entrando na atmosfera terrestre entre 2000 e 2013, conforme mostra um vídeo liberado na semana passada. Apenas um impacto, ocorrido em 2013 na cidade russa de Chelyabinsk, causou ferimentos generalizados e danos em solo. O estudo é um lembrete sombrio de que os dias de sorte da Terra podem estar contados. Em entrevista, o ex-astronauta da NASA, Ed Lu, que atualmente supervisiona a Fundação B612, dedicada à “caça” de asteroides, explicou que “a maioria dos impactos ou são muito pequenos ou ocorrem em grande altitude e não causam danos. Mas impactos de asteroides grandes o bastante para destruir uma cidade podem ocorrer uma vez a cada século ou com ainda mais frequência”. Segundo Lu, “Uma crença popular afirma que impactos de asteroides são extremamente raros e que há intervalos de milhões de anos entre um grande impacto e outro. Isso é incorreto. Achamos que visualizar os impactos em um mapa ou em um globo pode ajudar as pessoas a entenderem [o fenômeno].” Os dados usados para criar o vídeo foram obtidos por uma rede global de estações de infrassom que utiliza microbarômetros para medir continuamente minúsculas alterações na pressão atmosférica. A frequência das alterações é tão baixa que não pode ser percebida pelo ouvido humano. A rede é operada pela Organização do Tratado de Proibição de Testes Nucleares. A Fundação B612 – nome de um planeta fictício mencionado no livro “O Pequeno Príncipe” do piloto Antoine de Saint-Exupéry – planeja lançar um telescópio espacial em 2018 para detectar asteroides potencialmente perigosos, como o que explodiu sobre a cidade de Chelyabinsk com a potência de 600 quilotons de energia. Mais de mil pessoas foram feridas por estilhaços de vidro e escombros. Para efeito de comparação, a bomba atômica lançada em Hiroshima, em 1945, produziu um impacto equivalente a 15 quilotons de energia. Durante os primeiros cinco anos e meio de operação, o telescópio da Fundação B612, chamado de “Sentinel”, deve ser capaz de localizar 90% dos asteroides próximos da Terra com mais de 140 metros de diâmetro, e cerca de 50% dos asteroides com 40 metros de diâmetro. Asteroides com diâmetro entre 40 e 45 metros também têm potencial para destruir uma cidade. “Imagine um grande prédio de apartamentos movendo-se a Mach 50”, disse Lu. “Chelyabinsk nos ensinou que até mesmo asteroides de 20 metros podem ter um efeito substancial. A faixa de tamanhos do que poderíamos chamar de ‘destruidor de cidades’ está começando a diminuir”, acrescentou. “Os dados que temos é apenas o limite do que pode ser considerado grande o bastante para destruir uma cidade, mas esse não é o aspecto principal. O que vamos descobrir com o lançamento do “Sentinel” é se esse tipo de impacto ocorre uma vez por século, a cada 80 ou 150 anos. O importante é que as pessoas entendam que isso não ocorre apenas uma vez em milhões de anos. O fenômeno é menos raro do que se imagina”, concluiu o ex-astronauta.  Editor PGAPereira, Químico Industrial. 

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