Uma
rede de observação global que busca sinais de testes de armas
nucleares detectou 26 explosões causadas por asteroides entrando na
atmosfera terrestre entre 2000 e 2013, conforme mostra um vídeo liberado na
semana passada. Apenas um impacto, ocorrido em 2013 na cidade russa de
Chelyabinsk, causou ferimentos generalizados e danos em solo. O estudo é um
lembrete sombrio de que os dias de sorte da Terra podem estar contados. Em
entrevista, o ex-astronauta da NASA, Ed Lu, que atualmente supervisiona a
Fundação B612, dedicada à “caça” de asteroides, explicou que “a maioria dos
impactos ou são muito pequenos ou ocorrem em grande altitude e não causam
danos. Mas impactos de asteroides grandes o
bastante para destruir uma cidade podem ocorrer uma vez a cada século ou com
ainda mais frequência”. Segundo Lu, “Uma crença popular afirma que impactos de
asteroides são extremamente raros e que há intervalos de milhões de anos entre
um grande impacto e outro. Isso é incorreto. Achamos que visualizar os impactos
em um mapa ou em um globo pode ajudar as pessoas a entenderem [o fenômeno].” Os
dados usados para criar o vídeo foram obtidos por uma rede global de estações
de infrassom que utiliza microbarômetros para medir continuamente minúsculas
alterações na pressão atmosférica. A frequência das alterações é tão baixa que
não pode ser percebida pelo ouvido humano. A rede é operada pela Organização do
Tratado de Proibição de Testes Nucleares. A Fundação B612 – nome de um planeta
fictício mencionado no livro “O Pequeno Príncipe” do piloto Antoine de Saint-Exupéry – planeja lançar um telescópio
espacial em 2018 para detectar asteroides potencialmente perigosos, como o que
explodiu sobre a cidade de Chelyabinsk com a potência de 600 quilotons de
energia. Mais de mil pessoas foram feridas por estilhaços de vidro e
escombros. Para efeito de comparação, a bomba atômica lançada em
Hiroshima, em 1945, produziu um impacto equivalente a 15 quilotons de energia. Durante
os primeiros cinco anos e meio de operação, o telescópio da Fundação B612,
chamado de “Sentinel”, deve ser capaz de localizar 90% dos asteroides próximos
da Terra com mais de 140 metros de diâmetro, e
cerca de 50% dos asteroides com 40 metros de diâmetro. Asteroides com
diâmetro entre 40 e 45 metros também têm potencial para destruir uma cidade. “Imagine
um grande prédio de apartamentos movendo-se a Mach 50”, disse Lu. “Chelyabinsk
nos ensinou que até mesmo asteroides de 20 metros podem ter um efeito
substancial. A faixa de tamanhos do que poderíamos chamar de ‘destruidor de
cidades’ está começando a diminuir”, acrescentou. “Os dados que temos é apenas
o limite do que pode ser considerado grande o bastante para destruir uma
cidade, mas esse não é o aspecto principal. O que vamos descobrir com o
lançamento do “Sentinel” é se esse tipo de impacto ocorre uma vez por século, a
cada 80 ou 150 anos. O importante é que as pessoas entendam que isso não ocorre
apenas uma vez em milhões de anos. O fenômeno é menos raro do que se imagina”,
concluiu o ex-astronauta. Editor
PGAPereira, Químico Industrial.
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